segunda-feira, 6 de junho de 2011

O Racionalismo de René Descartes

Com base na aula sobre Descartes, fizemos um exercício sobre o método cartesiano.

Exercício: Escolher um objeto de moda e aplicar o método cartesiano.
- Verificar a existência;
- Analisar as questões;
- Sintetizar, ou seja, agrupar as unidades em um todo; e
- Enumerar todas as conclusões e princípios.

OBJETO: BOLSA DE USO DIÁRIO

1º Verificar a existência: Bolsa feminina de porte médio e uso diário.

Questões: Por que é uma bolsa e é considerada de uso diário? Por que é considerada de porte médio? Que aspectos fazem com que ela exista enquanto uma bolsa de porte médio e uso diário (tamanho, forma, cor, material, função, estilo)?

2º Analisar as questões:

Funcionalidade: é uma bolsa espaçosa pois serve para carregar objetos do dia-a-dia. Seu porte médio (não é tão pequena para ser um porta níquel ou uma bolsa de festa e nem tão grande ao ponto de ser considerada uma mala) se adapta perfeitamente ao ombro. Possui bolsos internos e compartimentos para chave e celular, o que facilita na hora de guardar alguns pertences, além de reforço nas alças.

Cor: cor básica, o que a torna de fácil combinação com outros itens inclusive do vestuário.

Forma: é composta por três partes: um fundo e duas laterais. Possui duas alças médias e uma outra mais longa, o que possibilita variedade na forma de utilização.

Material: Bolsa em couro marrom, que é um material resistente, ideal para uso diário.

Estilo: clássico, com linhas simples, o que contribui na facilidade de combiná-la a itens do vestuário.

3º Sintetizar:

O objeto estudado, neste caso a bolsa, se torna indispensável para uso diário, pois possui tamanho médio, confeccionada em material resistente (couro), e possui uma cor que pode ser combinada com outros elementos do vestuário e tem um estilo clássico.

4º Enumerar as conclusões: em ordem de importância, o que caracteriza o objeto como uma bolsa de uso diário:

1 - Função: carregar vários objetos;
2 - Tamanho: porte médio;
3 - Forma: divisões internas e diversos compartimentos, várias alças;
4 - Estilo: clássico, que não interfira no look escolhido no dia-a-dia;
5 - Material: a resistência do couro;
6 - Cor: por ser marrom, é facilmente combinável.

Trabalho feito por Beatriz Moura e Maria Fernanda Borzaquel

sábado, 28 de maio de 2011

A Poesia de Ronaldo Fraga

Escrevo depois de assistir aos vídeos sobre o desfile da coleção de verão 2008/2009 de Ronaldo Fraga sobre o Rio São Francisco e a exposição montada a partir das pesquisas realizadas pelo estilista em seu processo criativo (links no final do post).

Desde sua primeira coleção, em 1996, o estilista mineiro se ocupa em transpor para a passarela história, cultura e reflexão social, sendo por isso considerado um dos criadores mais “cults” de sua geração. Em suas coleções já homenageou nomes da arte como Arthur Bispo do Rosário, Pina Bausch e Athos Bulcão, protestou contra a ditadura, trouxe aos holofotes o artesanato brasileiro.

Para desenvolver sua coleção sobre o Rio São Francisco, Ronaldo Fraga decidiu pesquisar a fundo o tema que lhe era querido desde a infância: andou pelo rio de vapor, mergulhou na extensa literatura produzida sobre o assunto, visitou cidades, ouviu gente e músicas. Nesta imersão descobriu as cores, texturas e modelagens, sentimentos e lembranças de um dos rios mais importantes do Brasil.

Vê-se no desfile sua preocupação em não apenas mostrar roupas, mas também em levar à platéia o mundo repleto de sons, aromas, movimento, luz, lendas, riquezas, afetos e estórias do Velho Chico. A passarela cheia de bacias com sal remete à foz salinizada, a trilha sonora mistura ritmos da cultura dos povoados ribeirinhos e a iluminação vai dos tons de azul aos alaranjados, evocando a diversidade de paisagens cortadas pelos mais de 2.800 km de extensão do rio.

Os looks têm modelagens soltas e as estampas são inspiradas nos peixes, pássaros, carrancas e ripas de madeira com que são construídos os barcos. A cartela de cores ajuda a transmitir toda a riqueza de imagens e sensações, indo da alegria dos paetês azulados à tristeza do preto que simboliza o rio maltratado pelo "desenvolvimento" das regiões por ele banhadas. O estilista consegue, assim, alcançar o lirismo de suas recordações de infância ao mesmo tempo que chama a atenção para os problemas de encontrados em sua realidade adulta.

O tema se mostrou tão rico que Ronaldo Fraga deu mais liberdade a sua porção artista e montou uma exposição sobre o rio São Francisco. Inaugurada em Belo Horizonte, atualmente em São Paulo e prevista para passar por mais uma dezena de cidades, a mostra reúne objetos, vídeos, fotos e criações do estilista para contar um pouco da história do rio.

Os ambientes foram criados com a mesma veia criativa e emotiva que o estilista usa em suas coleções a fim de transportar as pessoas para seu universo. Ao contrário das mostras mais tradicionais, nela você é convidado a ver, tocar, ouvir e até a pescar. Dentre as atrações, um vídeo sobre a comovente história de cidades inteiras submersas pela construção de hidrelétricas.

Em mais um bem-sucedido capítulo de sua trajetória na inserção da cultura popular na moda, Ronaldo Fraga conseguiu também fazer com que a moda fosse reconhecida como instrumento cultural: o projeto foi o primeiro no campo da moda a contar com incentivos da Lei Rouanet.

Por todos estes motivos, aguardo ansiosa que a exposição venha logo para o Rio de Janeiro!

Links relacionados:

Rio São Francisco navegado por Ronaldo Fraga
Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=qD0FmRZagF4
Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=MeDLqfj2APE

Rio São – Ronaldo Fraga
Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=ss5GUyxht8w

Entrevista com Ronaldo Fraga (Metrópolis)
Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=SyJv5SVfpbA

Link para o site da exposição: http://saofranciscoronaldofraga.com.br/

domingo, 15 de maio de 2011

Estética Medieval

Resumo do Capítulo 9: “A Beleza – Síntese Realista e Objetivista”, do livro “Iniciação à Estética”, de Ariano Suassuna

A primeira teoria estética apresentada no capítulo foi desenvolvida por Santo Agostinho, segundo o qual a Beleza do objeto é produto da harmonia das partes do todo (assim como pensava Aristóteles), aliado à suavidade das cores, à claridade. A luz, para Santo Agostinho, seria um esplendor da harmonia presente no próprio objeto.

Ao contrário de Aristóteles, no entanto, Santo Agostinho não atribuiu ao Belo características de proporção e grandeza, deixando tais parâmetros como definidores tão-somente da beleza clássica grega.

O aspecto mais relevante da teoria agostiniana diz respeito à inclusão do Feio e do Mal na discussão sobre a Beleza. Para ele, o objeto belo era composto de partes que poderiam ser contrastantes entre si, ou seja, a unidade da beleza podia ser o resultado entre a oposição entre características belas e feias.

Em seguida, Suassuna aborda a teoria estética objetivista de São Tomás de Aquino. A Beleza, de acordo com o teórico, não resulta de ideais platônicos ou medidas proporcionais aristotélicas, e sim de características essenciais de cada objeto.

Além disso, São Tomás de Aquino afirma que também os aspectos subjetivos são importantes, na medida em que são necessárias a intuição e a imaginação do sujeito para a recriação e fruição da Beleza do objeto.

Desse modo, conclui-se que a Beleza, para Tomás de Aquino, é resultado de certas características inerentes ao objeto que, fruídas pelo sujeito, o agradam. Tais características seriam a integridade, a harmonia e a claridade, semelhantes ao pensamento aristotélico, embora o pensamento tomista não restrinja a beleza à grandeza, tal como o fazia Aristóteles. O conceito de claridade, embora semelhante ao ideal platônico, é aqui uma característica objetiva e advinda das partes harmoniosas da própria matéria.

Suassuna esclarece que as características elencadas por São Tomás de Aquino devem ser analisadas caso a caso e não como conceitos predefinidos e estanques. Assim, há diferentes formas de harmonia, claridade e integridade nos objetos, a depender da finalidade pretendida por seu criador.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Rodarte - Aristóteles



As irmãs Laura e Kate Mulleavy, nomes à frente da Rodarte, têm por maior interesse a busca da beleza no inesperado, no imperfeito. Ao mesmo tempo em que se preocupam em valorizar os materiais usados e as modelagens propostas, querem demonstrar que a beleza de uma roupa está também em suas assimetrias, desarmonias e imperfeições.







Oscar de la Renta - Platão







Os vestidos de Oscar de la Renta são muito elegantes. O estilista busca sempre o perfeito caimento, a leveza, a harmonia e a beleza em seus vestidos de noite, tentando alcançar o belo sublime, arrebatador.











Platão x Aristóteles



terça-feira, 26 de abril de 2011

A Estética Aristotélica

Após a leitura do capítulo 4 - Teoria Aristotélica da Beleza do livro "Iniciação à Estética", de Ariano Suassuna (Ed. José Olympio, 2009), pudemos estabelecer algumas distinções entre as teorias de Aristóteles e Platão no que concerce os conceitos de Belo e de Beleza.

Platão afirma ser a Beleza um conceito ideal e fora do nosso alcance. Como conseqüência, a beleza platônica (imutável e perene) é perfeita e absoluta. Ou um objeto é belo (quanto alcança a Beleza supra-sensível) ou não é.


Aristóteles, por outro lado, afirma que a Beleza é real e inerente ao objeto, podendo ser aferida de forma objetiva, ao analisar-se determinadas condições como ordem, proporção, medida, harmonia das partes em um todo, grandeza. Por esse raciocínio, pode-se comparar o quanto de Beleza cada objeto possui: uma escultura simétrica não é tão bela quanto outra que, além de possuir tal característica, também é grandiosa. Seguindo tal pensamento, Aristóteles chega a admitir certo grau de beleza também naquilo que não pode ser considerado Belo.


Na visão de mundo aristotélica, o mundo atual é regido por uma harmonia e, no entanto, ainda há vestígios do caos inicial no mundo, estando o homem em constante busca para fazer a harmonia prevalecer sobre a desordem. No entanto, há valor no caos, na feiúra o no imperfeito como formas de expressão artística, momento no qual passam a existir como um certo grau de Beleza.


Atualmente, os estudiosos redescobriram o viés subjetivo da teoria platônica, esquecido durante séculos. Trata-se de entender o objeto não como um fim em si próprio, mas enquanto instrumento capaz de despertar reações no sujeito. A Beleza do objeto existe na medida em que o sujeito que o contempla entende a obra como agradável, aprazível.


A Arte seria, para Aristóteles, uma maneira de arrebatar o indivíduo ao fazê-lo deparar-se com um objeto dotado de determinadas características capazes de levar quem o contempla a refletir, partindo da realidade recriada pelo artista.